Um grupo de jovens promoveu um fato atípico na madrugada deste domingo de Natal em Ouro Preto d’Oeste, ao invadirem o Centro Cirúrgico do Hospital Municipal Laura Maria Carvalho Braga e retirarem uma jovem grávida de 22 anos que estava em observação médica, sem a autorização do profissional.
A atitude dos jovens que chegaram ao Hospital Municipal com dois veículos, e segundo funcionários do plantão aparentemente embriagados, foi registrada na ficha de atendimento da jovem pelo clínico geral Mário B. Mata, plantonista que recebeu a grávida e decidiu levá-la para o centro cirúrgico e receitou a aplicação de uma medicação para dor, porque ela relatava sintomas de constante dor abdominal.
De acordo com a ficha do HM, a jovem que declarou morar em Espigão d’Oeste, e trabalha para a prefeitura no setor de saúde pública preventiva, chegou as 2h05, 21s da madrugada, e pouco mais de 20 minutos depois os jovens entraram no centro cirúrgico. O médico relata que às “2h28 a paciente foi levada por acompanhantes após invasão do centro cirúrgico para outro hospital, sem a autorização médica”.
O centro cirúrgico de uma unidade hospitalar é uma área restrita, e o tráfego no setor só é permitido a equipe do setor, com uso de máscaras, toucas, roupas privativas e técnicas assépticas.
Segundo a enfermeira que trabalhou no plantão, das 19 horas do dia 24, até as 19 do domingo de Natal, o médico se queixou que os jovens chegaram a discutir para onde iriam levar a jovem grávida, foi sugerido à cidade de Ji-Paraná, e um deles teria questionado como eles iriam passar no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), embriagados como estavam.
Os funcionários do hospital relataram que os homens entraram todos juntos sem permissão, e foram direto para a área que é restrita apenas aos médicos, enfermeiros e técnicos assistentes, e decidiram por conta própria retirar a grávida do hospital. No HM de Ouro Preto não existe guarita, apenas um servidor na portaria para controlar a entrada de pessoas.
O episodio serve para mostrar a fragilidade a que são submetidos os funcionários do Hospital Municipal em épocas festivas, quando pessoas embriagadas e alteradas se deslocam a unidade hospitalar e não respeitam os profissionais médicos e servidores públicos, que em muitos casos são ofendidos.
Ao tomar conhecimento dos fatos, o prefeito Alex Testoni disse que está no final do mandato e não pode resolver essa questão, mas que vai sugerir ao futuro prefeito Vagno Panisoly que faça algo para garantir a restrição do acesso a locais proibidos do HM, para dar mais segurança aos funcionários. “Uma pena que aconteceu isso, é a primeira vez em oito anos, mas já aconteceram outras coisas também bastante chatas para os funcionários durante este mandato, algumas pessoas aprontaram no hospital”, lamentou.
Fonte: Por Edmilson Rodrigues