Correio Central
Voltar Notícia publicada em 26/12/2016

Jovens invadem Centro Cirúrgico do Hospital Municipal de Ouro Preto e retiram mulher grávida sem a autorização médica

Aparentando embriagues, vários homens em dois veículos chegaram ao HM na madrugada de Natal com uma mulher grávida que disse morar em Espigão do Oeste

Um grupo de jovens promoveu um fato atípico na madrugada deste domingo de Natal em Ouro Preto d’Oeste, ao invadirem o Centro Cirúrgico do Hospital Municipal Laura Maria Carvalho Braga e retirarem uma jovem grávida de 22 anos que estava em observação médica, sem a autorização do profissional.

A atitude dos jovens que chegaram ao Hospital Municipal com dois veículos, e segundo funcionários do plantão aparentemente embriagados, foi registrada na ficha de atendimento da jovem pelo clínico geral Mário B. Mata, plantonista que recebeu a grávida e decidiu levá-la para o centro cirúrgico e receitou a aplicação de uma medicação para dor, porque ela relatava sintomas de constante dor abdominal.

De acordo com a ficha do HM, a jovem que declarou morar em Espigão d’Oeste, e trabalha para a prefeitura no setor de saúde pública preventiva, chegou as 2h05, 21s da madrugada, e pouco mais de 20 minutos depois os jovens entraram no centro cirúrgico. O médico relata que às “2h28 a paciente foi levada por acompanhantes após invasão do centro cirúrgico para outro hospital, sem a autorização médica”.

O centro cirúrgico de uma unidade hospitalar é uma área restrita, e o tráfego no setor só é permitido a equipe do setor, com uso de máscaras, toucas, roupas privativas e técnicas assépticas.

Segundo a enfermeira que trabalhou no plantão, das 19 horas do dia 24, até as 19 do domingo de Natal, o médico se queixou que os jovens chegaram a discutir para onde iriam levar a jovem grávida, foi sugerido à cidade de Ji-Paraná, e um deles teria questionado como eles iriam passar no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), embriagados como estavam.

Os funcionários do hospital relataram que os homens entraram todos juntos sem permissão, e foram direto para a área que é restrita apenas aos médicos, enfermeiros e técnicos assistentes, e decidiram por conta própria retirar a grávida do hospital. No HM de Ouro Preto não existe guarita, apenas um servidor na portaria para controlar a entrada de pessoas. 

O episodio serve para mostrar a fragilidade a que são submetidos os funcionários do Hospital Municipal em épocas festivas, quando pessoas embriagadas e alteradas se deslocam a unidade hospitalar e não respeitam os profissionais médicos e servidores públicos, que em muitos casos são ofendidos.

Ao tomar conhecimento dos fatos, o prefeito Alex Testoni disse que está no final do mandato e não pode resolver essa questão, mas que vai sugerir ao futuro prefeito Vagno Panisoly que faça algo para garantir a restrição do acesso a locais proibidos do HM, para dar mais segurança aos funcionários. “Uma pena que aconteceu isso, é a primeira vez em oito anos, mas já aconteceram outras coisas também bastante chatas para os funcionários durante este mandato, algumas pessoas aprontaram no hospital”, lamentou.

Fonte: Por Edmilson Rodrigues

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