Correio Central
Voltar Notícia publicada em 23/09/2019

Polícia Federal efetua prisões e cumpre 11 mandados em Nova União e no Assentamento Margarida Alves

PF prendeu João Abelhão, presidente da Cooperativa, apreendeu celulares de dois vereadores e também esteve no escritório de contabilidade da cidade.

A Polícia Federal realizou a operação “PRIMULA” no município de Nova União e no assentamento rural Margarida Alves e prendeu dois investigados suspeitos de liderar invasões e desmatamento ilegal de reservas em bloco do Assentamento localizado nas terras da antiga Fazenda Aninga, os crimes ambientais provocaram incêndios florestais de grande proporção que atingiu propriedades rurais de Ouro Preto, Teixeirópolis e Urupá.

A operação envolveu 50 agentes da Polícia Federal e foram cumpridos ainda 11 mandados de busca e apreensão, e uma medida cautelar diversa de prisão de um dos investigados que estava usando tornozeleira eletrônica e não podia se aproximar ou manter contato com outros investigados.

Entre os presos está João Cerqueira de Souza, o João Abelhão, que é presidente da Cooperativa Mista de Extrativismo, Agricultura Familiar, Ecologismo e Prestação de Serviços (COOMEAFES), Cláudio Jatobá e um terceiro individuo conhecido por “Zé do boi”, que usava tornozeleira eletrônica e não cumpria medidas restritivas determinadas pela Justiça.  

João Abelhão foi trazido até a Delegacia Civil em Ouro Preto do Oeste, passou por exame de corpo de delito e foi encaminhado para Ji-Paraná.

A Polícia Federal também cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do vereador Gil Marques (PC do B) e da vereadora Silvana Carvalho (PR), que tiveram seus celulares apreendidos pelos agentes federais. Outros dois mandados foram cumpridos no escritório contábil e na residência do contador Jailton Marques.    

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Ji-Paraná. Em maio deste ano, a Justiça Federal havia determinado outra reintegração de posse da área ocupada por posseiros, porém ela não foi cumprida e pelo segundo ano os incêndios florestais devastaram áreas de mata com nascentes dos principais afluentes da região, em várias propriedades rurais e provocou a matança de animais silvestres.

Em nota, a Polícia Federal informou que o inquérito policial foi instaurado em 2018 com o objetivo de apurar a existência de um grupo criminoso organizado, responsável por invadir. Lotear, e desmatar uma extensa área pertencente à União – “Projeto de Assentamento Margarida Alves”.

Segundo o release da PF, desde o inicio das investigações foram realizados vários flagrantes de extração ilícita de madeira na área do assentamento, gerando vários inquéritos policiais. “Na maioria dos casos, após a extração da madeira no local, ela era transportada e comercializada por pessoas ligadas diretamente à organização criminosa”, informa a PF.  

Em setembro, invasores atearam fogo no pasto das invasões e o fogo se alastrou para várias regiões

O nome da operação (PRIMULA) refere-se à tradução do nome “Margarida” para o latim, em referência ao nome do projeto de assentamento rural. Os presos na operação foram encaminhados para o presídio central da cidade de Ji-Paraná.

Parte da reserva em bloco do assentamento Margarida Alves, localizado no município de Nova União, foi novamente incendiada no mês passado, e o vento forte alastrou o fogo para outras áreas em urupá e Teixeirópolis queimando propriedades inteiras.

As nascentes dos principais afluentes que abastecem com água potável cidades da região de Ouro Preto do Oeste estão comprometidas devido as constantes queimadas na área. O Rio Mandi, que forma o Vale das Cachoeiras, fica na área devastada. As nascentes dos rios São Domingos e Rio Branco ficam na serra da Linha 28, outro local atingido por queimadas.

No último incêndio provocado pelos invasores, o fogo novamente atingiu sítios e área de reserva da Linha C-40 no limite de Urupá, incluindo áreas de nascentes da Cachoeira da Serra. Em um vídeo (veja abaixo) o proprietário de um lote de 11 alqueires mostra a destruição que o fogo provocou em nove alqueires.

Em VÍDEO, proprietário de lote destruido mostra o sofrimento de animais silvestres nas queimadas de setembro

João Abelhão passou por exame de corpo de delito na DP em Ouro Preto do Oeste

Em maio, a Justiça Federal determinou a reintegração de posse da área pela segunda vez..

Fonte: www.correiocentral.com.br

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