Correio Central
Voltar Notícia publicada em 20/08/2012

Porto Velho, Ji-Paraná e Cacoal figuram ainda dentre as 100 cidades brasileiras que mais matam no trânsito

Número de mortes no trânsito de Rondônia preocupa peritos criminais

O Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de Rondônia (SINPEC), com o apoio da Polícia Civil, promoveu na cidade de Porto Velho, no período de 13 a 17 de agosto, um curso de capacitação para aperfeiçoamento do seu efetivo em Exames Periciais de Acidentes de Tráfego.


O curso, que contou com a presença de Peritos Criminais não só da capital do Estado como também das cidades do interior, foi ministrado pelo professor Rodrigo Kleinübing, Perito Criminal gaúcho, que é uma das autoridades nacionais sobre o assunto, atuando em casos de grande repercussão nacional e autor do livro "Dinâmica dos Acidentes de Trânsito", pertencente à coleção "Tratado de Criminalística", que representa atualmente a maior coletânea de material científico voltado para a criminalística, segundo os Peritos Criminais entrevistados.


Tal iniciativa converge com a proposta da ONU que aponta a década atual (2011-2020) como crucial para a tomada de decisões viárias, com o objetivo de reduzir em ao menos 50% os casos de morte no trânsito. Segundo dados estatísticos oficiais, o trânsito no Brasil mata cerca de 40 mil pessoas por ano. Entretanto, sabe-se que o número real é consideravelmente superior a este, podendo chegar a um total de mortos acima de 60 mil, não contabilizando o grande número de mutilados resultantes de acidentes não fatais.


No ranking dos estados brasileiros, estabelecido pela proporção de mortes no trânsito por 100 mil habitantes, Rondônia aparece nas primeiras posições em todas as categorias de acidentes envolvendo veículos dos mais diversos tipos, passando inclusive da 9ª para a 1ª posição no total geral na última década. As cidades de Porto Velho, Ji-Paraná e Cacoal figuram ainda dentre as 100 cidades brasileiras que mais matam no trânsito segundo o estudo, sendo que só a capital do Estado sofreu um aumento de 117% em relação ao total de óbitos registrados na década passada. 

  

Embora a Perícia Oficial atue somente em casos de natureza criminal, os resultados estatísticos obtidos pela análise de acidentes de tráfego podem ser empregados para se traçar um perfil fidedigno da relação de causa e efeito dos acidentes (que muitas vezes são incorretamente interpretados nos registros de ocorrência policial), auxiliando na correta tomada de decisões dos poderes públicos municipais e estaduais e refletindo diretamente na diminuição do número de acidentes ou na atenuação de resultados de natureza grave. 

  

O próximo passo, segundo os organizadores do evento, é promover palestras de conscientização para vários segmentos da sociedade civil organizada nas principais cidades do Estado, com o objetivo de alertar sobre as situações de risco em potencial em que podem se envolver tanto conduzindo veículos, quanto na qualidade de pedestre. Com isso, a Perícia Oficial demonstra a sua responsabilidade social, pois vai além do seu objetivo principal, que é o de esclarecer os fatos ocorridos, fornecendo elementos materiais que permitam a correta aplicação de penas aos responsáveis por parte do poder Judiciário, para atuar também na contribuição de ações que visem à prevenção.

 

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