Correio Central
Voltar Notícia publicada em 10/04/2017

Pesquisa feita em Ouro Preto, revela que 270 mil insetos por hectare emergem no solo por ano em Rondônia

Nas áreas de mata e capoeira é bem maior do que nas área de plantio onde emergem insetos predadores de lavouras

Por Edmilson Rodrigues - Embora os grupos de insetos sejam rotulados como pragas devastadoras de lavouras, eles exercem papel indispensável na agricultura e no ecossistema como um todo, e são responsáveis pela disseminação de plantas, fazem a polinização e a dispersão de sementes e à manutenção da base genética das plantas.

Os insetos promovem a degradação da matéria morta e de excrementos e contribuem nos processos físico-químicos que resulta à introdução da matéria orgânica e na fertilidade do solo. Onde há pouco inseto, significa que houve impacto causado pela atividade agrícola ou pela falta de vegetação natural.

Com o objetivo de determinar a quantidade de insetos que emergem do solo em diferentes áreas foi realizada em Rondônia, no Campo Experimental da CEPLAC em Ouro Preto do Oeste, uma pesquisa de captura de insetos para avaliar a quantidade que existe em coberturas de vegetação com floresta, em capoeiras, e em lavouras de cacau e de cupuaçu.

O estudo foi realizado em parceria com a Embrapa Rondônia, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Feapam). O experimento foi coordenado pelos pesquisadores Olzeno Trevisan e Fernando Luiz Corrêa, da CEPLAC, José Nilton Medeiros, da Embrapa Rondônia e Leandro Ezequiel, do Ceuji/Ulbra.

A pesquisa revelou que emergiram 270 mil insetos por hectare/ano e, como era de se esperar, nas áreas de mata e de capoeiras a quantidade de insetos é bem maior do que nas áreas de plantio onde se estudou a presença dos insetos predadores das lavouras. 

A partir da década de 1980, o inseto causador da  broca-dos-frutos (Conotrachelus humeropictus), tem se dispersado e é atualmente a praga mais temida de cacau e cupuaçu no estado de Rondônia. Em razão do surgimento dessa praga, objetivou-se com o estudo avaliar o uso da armadilha na captura de insetos que emergem do solo, e para a amostragem foi confeccionada uma armadilha de formato piramidal com estrutura de sustentação de ferro ¼ em formato de pirâmide com 1 m² na base armada com tela sombrit® 70%. Abaixo: foto armadilha piramidal.

A base ficou aberta e foi aprofundada no solo, cerca de 5 centímetros visando coletar os insetos que emergem sob a armadilha. Foram dispostas quatro armadilhas por ambiente. As armadilhas foram realocadas a cada 12 meses, dentro do mesmo ambiente. Os artrópodes (invertebrados) emergidos foram removidos duas vezes por semana, etiquetados e acondicionadas em freezer a - 20 ºC para posterior avaliação e acondicionamento em caixas entomológicas no Laboratório de Entomologia da CEPLAC/Eseop/Ro.

A “Armadilha Piramidal” foi eficiente para amostrar insetos do solo. O número total de insetos capturados foram 848, sendo a frequência de 39%; 42%; 5%,8%; 5,4%; 2,5%; 2,7%; 0,5%; 2,4% e 0,5% para as ordens Coleoptera, Hymenoptera, Hemiptera, Diptera, Lepidoptera, Blatodea, Orthoptera, Dermaptera e Isoptera, respectivamente. A captura de 93% da espécie C. humeropictus (que provocam a broca) emergidos após a infestação de larvas sob a armadilha confirma a eficiência para a espécie. Nos ambientes cacau e cupuaçu capturou-se 1 (0,7%) e 3 (2,6%) espécimes, respectivamente.

Considerando a média de todas as ordens e ambientes amostrados foram coletados 27 insetos/m2/ano. Nas diversas áreas em média emergiram 270.000 insetos por hectare ano.

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Fonte: www.correiocentral.com.br

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