Correio Central
Voltar Notícia publicada em 16/09/2020

Relembre a eleição em que Irandir Oliveira derrotou os caciques da política ouro-pretense

13 partidos formaram a

A emblemática campanha para prefeito do município de Ouro Preto do Oeste (RO) do ano de 2004 entrou para a história política regional, considerando os fatos ocorridos à época e a condição do prefeito eleito frente à 13 legendas que tinha como filiados todos os políticos considerados caciques, empresários influentes numa coligação denominada “Grande Aliança por Ouro Preto”.

O empresário da Transbrasil Irandir Oliveira, com o PMN, tendo Braz Resende de vice, e o lema “Limpar para Trabalhar” além do bordão “vamos derrubar o muro”, derrotou a coligação “Grande Aliança por Ouro Preto” capitaneada pela ex-vereadora Dinorá Santos, mulher do então deputado Haroldo Santos.

O empresário Nero Almeida Mendes (in memoria), abriu mão de se lançar candidato, aceitou ser o vice na chapa de Dinorá e teve uma amarga experiência política.

Contra tudo e contra todos, e a incessante e agressiva propaganda sobre seus 21 processos judiciais, Irandir Oliveira deu uma “peia eleitoral” nos 13 partidos, e obteve 9.560 votos, recebendo 44,71º dos votos válidos.

A Grande Aliança por Ouro Preto ficou em 3º lugar, foi vencida até pelo candidato do PT, professor Dantas que conquistou 6.392 votos fazendo campanha a pé por causa do pouco recurso que dispunha. Dinorá, com um exercito de “influentes” conseguiu 5.428 votos.

A mobilização em prol da Grande Aliança por Ouro Preto parecia imbatível, mas o eleitor tinha outro pensamento em mente

Naquela eleição 13 partidos foram reunidos por imposição dos caciques internos e externos, dos diretórios estaduais. Na política atual, quem determina “rasteiras” de última hora no diretório municipal desfazendo candidaturas e negociações feitas ao longo de meses são os diretórios estaduais. O único que não engoliu a “Grande Aliança” e ficou do lado de Irandir foi o ex-deputado estadual Ronilton Capixaba.  

Professor Dantas com o PT também venceu a Grande Aliança por Ouro Preto caminhando pela cidade com seu grupo

A interferência do diretório estadual desfaz os acordos que as lideranças locais fazem e juntam no mesmo palco “‘jacaré” com “cobra”, a união é forçada, engolida de cima pra baixo, por políticos preocupados apenas em atender interesses que lhes convêm.

No processo de formação de candidaturas das eleições de 2020 em Ouro Preto do Oeste está acontecendo um fenômeno semelhante ao de 2004. De uma hora pra outra, presidentes de partido local estão desfazendo alianças previamente acordadas alegando que a ordem vem de cima e que se não for cumprido o diretório municipal será desfeito.

O problema é que não combinam com os eleitores, causando o fenômeno eleitoral da vitória de Irandir Oliveira que, mesmo tendo sido execrado por matérias de seus processos em dezenas e centenas de jornais que eram espalhados na cidade, e em todas as esquinas de travessões da extensa malha rural de Ouro Preto do Oeste, venceu a eleição.

Irandir teve um mandato tumultuado, cheio de escândalos e denúncias e acabou afastado e depois cassado e até preso. Quando conseguiu retornar à prefeitura após seu primeiro afastamento Irandir colocou um caminhão em frente ao Palácio dos Pioneiros e desabafou:

“Sempre fui perseguido em Ouro Preto do Oeste é não foi diferente depois que assumi a prefeitura. Não atendi a interesses e fui perseguido. Vocês que votaram na minha pessoa queriam a renovação e derrubar um muro. E aqueles que votaram também foram perseguidos”.

A política limpa dá resultado mais transparente e real e pode até representar pesquisas eleitorais que não são divulgadas, mas exaustivamente apresentadas nas negociações para provar que a “grande aliança” será imbatível e convencer, superficialmente, a liderança que estás sendo obrigada a mudar de discurso e de palanque.

Quando essas viradas de mesa são feitas por imposição a possibilidade de dar errado é enorme, e há o risco de lideranças derrotadas nas urnas, algumas decadentes e sem presença atuante em prol da sociedade, se aposentar definitivamente, igual ocorreu em 2004.

Naquele ano, o jornal Correio Central era distribuído semanalmente. O periódico seguiu divulgando as candidaturas, não maculou o nome de ninguém, respeitando o processo democrático e o desejo da maioria. Em 2020 não será diferente.    

Em 2020, todo cidadão seja eleitor ou não tem à mão uma ferramenta que o conecta com o mundo: o celular com internet, conhecimento, e opinião própria. em razão da pandemia do coronavírus o processo eleitoral se dará no campo virtual, será uma disputa de pouca presença física do candidato frente ao eleitor.    

Autor: Edmilson Rodrigues - fotos: arquivo Correio Central. 

Fonte: www.correiocentral.com.br

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