Em uma semana, dois médicos plantonistas do Hospital Municipal Dra. Laura Maria Carvalho Braga tiveram que acionar a Polícia Militar para conter pacientes que procuram por atendimento na unidade hospitalar, e pelo fato de terem que esperar ficam exaltados, as vezes agressivos, e decidem desacatar os profissionais com ofensas e palavras de baixo calão impublicáveis.
Há pacientes que não entendem como funciona a prioridade em um hospital de urgência e emergência e costumam armar o maior ‘barraco’ perante os demais pacientes, e na maioria das vezes sem razão alguma.
Não são apenas os médicos. Enfermeiros, auxiliares, agentes de portaria, recepcionistas, praticamente todos os profissionais que trabalham no hospital público já sofreram algum tipo de ofensa ou ameaça por parte de usuários do SUS.
O último registro de ocorrência por “perturbação do sossego e tranquilidade pública” socorreu no sábado, 4. O médico Maiquy Paulo de Lima Santos acionou a Polícia Militar para o paciente identificado por Houlengri que, após aguardar por meia hora para ser atendido na recepção do HM, questionou o médico sobre a demora.
O médico afirmou que foi explicado ao usuário do HM que havia pacientes em estado mais grave no Pronto Socorro que são prioridades no setor de emergência. Não satisfeito com a explicação, o paciente teria ofendido o médico com palavras de baixo calão, segundo registro policial feito pela corporação. Os policiais militares tentaram localizar o paciente, porém ele não foi localizado.
No final de semana da festa do Réveillon de Luz uma médica passou maus bocados com um paciente completamente embriagado e por pouco não é agredida. A Secretaria Municipal de Saúde (SEMSAU) informou que os casos de desacato a médicos e demais profissionais de saúde tem aumentado tanto no Hospital Municipal quanto nas unidades básicas de saúde da cidade.
O Código Penal prevê o crime de desacato no artigo 331: Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena: - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
No caso do paciente, caso ele se sinta constrangido ou também ofendido por um profissional de saúde mal-humorado que haja com ignorância, o correto é acionar a Polícia Militar ou procurar o Ministério Público. Isso quando tiver razão.
A direção do HM informou que as ocorrências de desacato a profissionais de saúde têm prejudicado o andamento das atividades da única unidade hospitalar da região Central com cobertura emergencial a pacientes de seis municípios e três distritos, que atende 24 horas.
Fonte: www.correiocentral.com.br