Correio Central
Voltar Notícia publicada em 10/12/2019

Invasão às 150 casas populares em Ouro Preto do Oeste foi facilitada

A suspeita é que um ex-funcionário da empresa que fazia a obra tenha deixado as chaves que ele tinha nas portas.

A ocupação de 150 casas populares com obras em fase de conclusão do Conjunto Morar e Viver com Dignidade, em Ouro Preto do Oeste (RO), completa 11 dias nesta terça-feira (10), e até o momento a Caixa Econômica Federal (CEF) se pronunciou publicamente sobre o prazo para sair a medida judicial de reintegração de posse da área, que é de responsabilidade da Justiça Federal, em Ji-Paraná.

A gerência local da Caixa comunicou a invasão das casas à Delegacia da Polícia Federal em Ji-Paraná, ao delegado Everton de Oliveira Manso, na Delegacia Civil e na PM em Ouro Preto do Oeste. A qualquer momento pode sair a ordem de reintegração de posse.

A reportagem do site Correio Central teve acesso a oito vídeos gravados no local da invasão por um rapaz identificado por Marquinhos. Ele cobra posição das autoridades, mas se intitula ele e os invasores como beneficiários. Mas não são. VEJA UM VÍDEO DE MARQUIHOS ABAIXO NA REPORTAGEM.  

Nos vídeos ele cita várias vezes que há crianças e mulheres grávidas no local, e que em meio aos invasores não tem bandido. No entanto, a invasão é ilegal e considerada crime, e muitas pessoas que estão sendo orientadas sem o conhecimento do assunto terão problemas com a Polícia Federal.  

A Polícia Militar mantém patrulhamento rotineiro nas imediações do conjunto habitacional sem entrar no local que está com todas as casas invadidas e marcadas com letras de nomes de casais.

No entanto, como a responsabilidade da investigação é da Polícia Federal, quando sair o mandado de reintegração de posse a Polícia Militar deverá ser acionada, tendo em vista que a PF não tem contingente suficiente para a retirada dos invasores.    

O pedido de reintegração de posse deverá ser feito prela PF e a Caixa junto a Justiça Federal em Ji-Paraná. O juiz federal poderá enviar um oficial de justiça para notificar os invasores e comunicar o juiz local, ou também poderá solicitar que um oficial de justiça do fórum de Ouro Preto do Oeste notifique os invasores.

INVASÃO FACILITADA

A invasão às casas foi facilitada. A reportagem do site Correio Central apurou que havia duas cópias de chave de cada casa. Um conjunto de chaves ficava com o vigia do local, e ele as entregou à agência da Caixa em Ouro Preto do Oeste.

As demais chaves ficavam com o empreiteiro da obra que residia numa casa próxima do conjunto habitacional. Como a Apane, empresa responsável pela construção pediu a desistência da obra em maio, o responsável pela associação foi embora, e as chaves teriam sido deixadas nas portas, facilitando a invasão.  

Os verdadeiros beneficiários que conquistaram o direito de adquirir uma das moradias continuam apreensivos e cobrando posicionamento da Caixa, e em áudios, denunciam que há invasores oportunistas que estão negociando os imóveis.  

As 150 casas populares estão sendo construídas com recurso do Ministério das Cidades, e a Caixa é apenas o agente fiscalizador do empreendimento público e responsável pela medição da obra.

Os verdadeiros beneficiários já são donos do terreno, tomando pelo fato de que eles já foram selecionados. Todo beneficiário que vai receber a moradia irá pagar uma taxa mensal pelo benefício para a Caixa durante 10 anos.

EM VÁRIOS VÍDEOS, MARQUINHOS COBRA POSIÇÃO DA CAIXA E CHAMA OS OCUPANTES DE "BENEFICIÁRIOS". 

Fonte: www.correiocentral.com.br

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