Correio Central
Voltar Notícia publicada em 14/10/2020

Rondônia: profissionais da saúde mortos pela covid-19; vidas e sonhos interrompidos

Ironicamente, eles que cuidavam da saúde das pessoas sequer tiveram direito à despedida de parentes e dos amigos.

Edmilson Rodrigues - O médico André Pacheco morreu aos 37 anos na tarde do dia 30 de junho, em Cacoal, uma semana após contrair a covid-19. O médico trabalhava em Nova União, tinha sido empossado em São Felipe d’Oeste, e havia deixado de trabalhar no Hospital Municipal Dra. Laura Maria Braga em Ouro Preto do Oeste no mês anterior a sua morte.

André Pacheco vivia um momento mágico de sua vida, havia encontrado o sentido para a vida que é o amor. Ele e a namorada Cláudia Fidelis, que conheceu em Ouro Preto do Oeste fizeram duas viagens relâmpago em 2019.

Devido ao trabalho, após se formar e o longo período para se tornar médico em exercício, doutor André Pacheco viveu para servir e atender pacientes, e quando conseguiu uma pós-graduação em uma área que ele queria atuar, estava planejando o casamento, foi levado pela covid-19, sem direito a despedida.

“Ah..Tínhamos muitos planos, construir nossa casa, nos casar esse ano, a gente vivia a quase 3 anos em uma união estável, nos casamos com 58 dias, quando ele estava no hospital pedi ele em casamento e ele chorou e aceitou”, recorda-se Cláudia, até hoje enlutada.

Os pais do André, Domingos Emanuel Pacheco e Alice Socorro Magalhães Pacheco moram em Cacoal, ele tem uma irmã e um sobrinho que também se chama André

O médico depois das duas viagens que fez decidiu que era hora de curtir mais um pouco a vida, mas o vírus maldito surgiu em seu organismo, e a hipertensão e a diabetes o levou a UTI e ele não resistiu.    

“Tínhamos muitas viajem programadas, ao Maranhão pra ver a família do pai dele, em Gramados e no Rio de Janeiro. André tinha acabado de terminar sua pós em psiquiatria que era uma realização profissional dele”, conta sua mulher.

“A gente planejava que eu cursasse psicanálise pra trabalharmos juntos. A gente não gostava muito de planejar as coisas, André dizia que o amanhã pertencia apenas a Deus e é verdade né...”.

URUBATAN MELLO DE ALMEIDA

O médico cardiologista Urubatan Mello de Almeida, que já residiu por vários anos em Ouro Preto do Oeste e trabalhou na saúde pública e privada do município por quase duas décadas, faleceu no dia 24 de agosto, em São Paulo. O médico atuava na linha de frente de combate à Covid-19 na UTI do Hospital Regional de Cacoal (HRC), onde acabou contraindo a doença. O médico deu entrada na UTI no último dia 18 de julho e, dias depois, foi transferido para São Paulo, onde faleceu.

ÁLVARO GERHARDT

Médico Álvaro Gerhardt, faleceu no dia 7 de outubro em Porto Velho por Covid-19. Pioneiro no estado de Rondônia era um renomado ginecologista no qual deixa um legado de muito trabalho em favor da vida. A morte do profissional causou comoção não apenas na classe médica, mas na sociedade porto-velhense, sobretudo em suas centenas e milhares de pacientes que atendeu ao longo da vida.  

JEOVÁ CARMO DA SILVA

O técnico em enfermagem Jeová Carmo da Silva tinha 48 anos e estava na linha de frente contra o novo coronavírus. Ele atuava desde 2015 na Maternidade Municipal Mãe Esperança em Porto Velho, e faleceu em maio de covid-19

JETERSON AMARAL DOS SANTOS

O médico obstetra Jeterson Amaral dos Santos, de 47 anos, de Ariquemes (RO) faleceu em decorrência da Covid-19, na noite de 18 de agosto. O estava internado em um hospital particular do município desde o último sábado (15), mas o estado de saúde dele se agravou, e então foi transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde não resistiu.

Segundo a direção do hospital onde o médico trabalhava, o obstetra foi responsável por fazer o parto de mais de 10 mil bebês em Ariquemes e é considerado um dos grandes nomes da obstetrícia no estado de Rondônia.

RAIMUNDO SOCORRO LOPES LAMARÃO

O enfermeiro Raimundo Socorro Lopes Lamarão morreu na noite do dia 10 de agosto em Porto Velho, vítima do novo coronavírus. Lamarão era auxiliar de enfermagem, foi conselheiro do Coren-RO por três mandatos, atuou em várias unidades de saúde da capital e tinha cadeira no Coren-RO junto ao Conselho Municipal de Saúde.

Fonte: www.correiocentral.com.br

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