Edmilson Rodrigues - O Sindicado Médico de Rondônia (SIMERO) com os demais sindicatos de profissionais de saúde do estado fizeram um protesto silencioso em frente ao Hospital de Base Ari Pinheiro, em Porto Velho, com 41 cruzes representando 11 Médicos, 20 profissionais da Enfermagem (Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem), 5 Dentistas e 5 Farmacêuticos.
O número de mortes foi repassado para o SIMERO e pelos sindicatos das categorias dos profissionais que perderam a vida lutando na linha de frente do combate a pandemia da covid-19. Desde o início do ano foi formado um grupo de todos os sindicatos da saúde incluindo o SINDSAUDE, dos profissionais de enfermagem (SINDERON), dos farmacêuticos (SINFAR-RO), dos odontologistas (SODERON).
Também fazem parte do movimento o Sindicato dos profissionais em radiologia (Sinpraron), e o sindicato e Conselho Regional dos profissionais de biomedicina que perdeu o biomédico Hauandson Mendes de Lima que atuava na SEMUSA em Porto Velho e morreu de covid-19 em setembro.
Os sindicatos se uniram em torno da causa do plano de Cargos e Salários dos profissionais que há 16 anos não avança, entra governo e sai governo, assim como entram deputados e saem deputados do Parlamento estadual e nada acontece.
“Somos a única classe com tantos mortos em combate. Mas mesmo com a dedicação, trabalhando com afinco mesmo com medo, fomos castigados com ponto eletrônico e aumento no número de plantões. Sem reposição salarial, sem aumento e sem progressão na carreira”, diz trecho da nota divulgada nos grupos de médicos de Rondônia.
“Infelizmente, foram 41 vidas de trabalhadores da saúde (Médicos, Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, dentistas e Farmacêuticos). Caídos por estarem em combate. Não podemos aceitar ser castigados”, disse a médica Dra. Flávia Lenzi, presidente do SIMERO.
Flávia Lenzi e a médica imunologista Dra. Regina Ferreira estiveram em Brasília no mês de agosto em uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, ocasião em que a categoria de médicos rondonienses que faz parte do movimento Médico pela Vida” defendeu o protocolo de Atendimento Precoce (PAC) que reforça a autonomia médica no tratamento prévio da Covid-19.
A presidente do SIMERO discursou no encontro com o presidente Bolsonaro defendendo o “Médico Pela Vida”, movimento nacional e não-organizacional criado para defender o PAC que procura melhorar as chances de cura da doença no país. “Somos um lindo time do qual me orgulho em fazer parte”, disse.
Presidente do SIMERO com presidente Jair Bolsonaro durante encontro do movimento Médicos Pela Vida em Brasília - DF
O presidente Jair Bolsonaro elogiou o movimento “Médico Pela Vida” e deixou claro que a classe médica que não esmoreceu, ou se “escondeu” da pandemia, merece o respeito da nação: “Dos fracos, covardes e omissos, a história jamais se lembrará. Nós lembraremos sempre de vocês, disse o presidente.
A reportagem do site Correio Central conversou com vários médicos que atuam na linha de frente na Região Central de Rondônia, em Cacoal e Porto Velho. Além da falta de reconhecimento há médicos que são ofendidos, humilhados, gravados sem permissão por parentes de pacientes que parecem querer arranjar alguém para colocar a culpa pela condição de saúde de seu ente. "As vezes a gente para a consulta e diz pra alguém da família: a luz de gravação do seu celular está acionada, eu não autorizei gravação da consulta", relata uma médica de Ouro Preto do Oeste que atua na linha de frente no combate ao covronavírus.
Fonte: www.correiocentral.com.br