O Hospital de Amor da Amazônia atende atualmente 130 crianças em Porto Velho com algum tipo de câncer, além de casos em que o paciente é encaminhado para o hospital de Barretos.
Para ampliar o trabalho de prevenção e do diagnóstico precoce de cânceres que acometem crianças, o Hospital de Amor realizou no início deste mês um ciclo de palestra de Sinais e Sintomas para professores e membros de entidades e organizações que podem levar a mensagem de que é necessário diagnosticar precocemente a doença para que a criança seja curada.
Em Ouro Preto do Oeste, a palestra foi realizada no auditório da Associação Comercial e Industrial (Aciop) e contou com a participação de representantes das demais cidades da macrorregião
As palestras foram feitas por Naima Khatib, coordenadora nacional de Projetos e Marketing da “Caminhada Passos que Salvam”, ação anual realizada nos municípios que é uma ferramenta indispensável para chamar a atenção para o aumento no índice de câncer infanto-juvenil em todo o país.
Naima Khatib explicou ao público que assistiu a palestra que o câncer infantojuvenil pode começar com qualquer sintoma, e a mãe deve estar atenta pois, qualquer procedimento que seja tem algumas medicações que influenciam o tratamento, e não é preciso biopsia para encaminhar uma criança para Porto Velho ou Barretos.
Basta uma suspeita diagnosticada por um profissional de saúde, e é importante o olhar clínico da mãe e também do professor que passa boa parte do tempo com a criança. “Mas, quando a mãe sabe que esse sintoma não vai embora ela não vai ficar esperando o que vai aparecendo. Começa com sangramento gengival, e aí depois vem uma dor de cabeça, vem uma mancha roxa e a mãe fala: não, eu vi isso”, orienta Naima.
Durante as palestras, foram apresentados relatórios e fornecidas orientações sobre como identificar que uma criança pode estar com sintomas de algum tumor e doença cancerígena.
LEUCEMIA
O câncer mais comum em criança é a leucemia que tem origem na medula óssea (doença maligna dos glóbulos brancos), ela começa a produzir uma quantidade excessiva de células brancas anormais impedindo a produção dos glóbulos vermelhos. Aa criança vai ficando com anemia, pálida, sente fadiga, vômito, fraqueza, tem febre, náuseas, dores de cabeça, nos ossos e articulações, e se torna mais sujeita a infecções. A tendência é a criança apresentar sangramento porque as plaquetas diminuem.
OSTEOSARCOMA
Osteosarcoma foi o diagnóstico do menino Luiz Gustavo, da Escola fernando de Azevedo, que morreu em fevereiro
Osteosarcoma é outro câncer ósseo maligno que manifesta pela dor nos ossos. O local mais comum dessa doença se manifestar é logo acima do joelho, porém pode acontecer em braços e quadril, como aconteceu com o garoto Luiz Gustavo Vidal, de 9 anos, estudante da Escola Fernando de Azevedo, que faleceu no início de fevereiro deste ano, vítima dessa doença.
No local da infecção aparece um sinal vermelho, as dores são persistentes e progressivas que impede atividade normal e não melhora com o tratamento normal, piora à noite, despertando a criança, altera o comportamento, não melhora com o tratamento convencional, localizada em pernas, coluna, bacia, escápula e costelas.
RETINOBLASTOMA
A criança apresenta reflexo pupilar esbranquiçado, róseo ou amarelo no olho quando da incidência da luz, conhecido popularmente por “olho de gato” o segundo sinal é o estrabismo (olhos desviados).
É o tumor ocular mais comum na infância, de 0 a 5 anos. Crianças identificadas com a doença tardiamente, em estado avançado, ainda é muito alto no país, cerca de 50 %, o que reduz as chances de tratamento e cura do tumor. Se diagnosticada precocemente, cura em até 100% dos casos.
No diagnostico tardio muitas vezes requer a retirada dos olhos da criança, e pode até causar a morte.
TUMOR SISTEMA NERVOSO CENTRAL
São massas de células alteradas, do próprio cérebro que cresce sem controle. São os tumores sólidos mais frequentes na infância e representam próximo de 27% dos cânceres infantis.
Pode causar dores de cabeça e vômitos matutinos, náuseas, visão turva ou dupla, tontura e dificuldade para caminhar ou manipular objetos, mudança no desempenho escolar, sonolência, irritabilidade, perda de interesse pelas coisas normais de criança, convulsões, problemas de fala, mudanças de humor, como depressão, mudança de personalidade, fraqueza ou paralisia de parte do corpo, e alterações na audição e na visão.
Fonte: www.correiocentral.com.br - fotos Edmilson Rodrigues