Correio Central
Voltar Notícia publicada em 06/08/2017

Ouro Preto: Ao defender filho com retardo mental, mãe apanha com a própria bengala e tem um dedo quebrado

Dona Eurides viu o filho ser agredido, ao intervir o agressor tomou a bengala dela e quebrou dando golpes na cabeça e na mão da vítima

Em Ouro Preto do Oeste uma mulher prestes a completar 57 anos, que sofre de dois tipos de diabetes, e usa uma bengala para se locomover, foi agredida com violência no começo da madrugada deste domingo (6) por um homem conhecido pela alcunha de “Lala”, que estava em uma caminhonete modelo S-10 de cor branca com som alto, e praticando manobras perigosas no final da avenida Gonçalves Dias, já no começo da Linha 37, no bairro Boa Esperança, ou Aeroporto III.

A vítima Eurides Angélica Torres, 56 anos, viu o agressor esmurrar seu filho Esmael Alves Calixto, de 33 anos, que sofre de deficiência intelectual, e é conhecido na cidade por ter participado da equipe esportiva da Escola Pestalozzi, interviu e levou uma gravata do indivíduo que tomou a bengala da senhora e desferiu contra a cabeça e o corpo dela.

Dona Eurides foi socorrida ao Pronto Socorro do Hospital Municipal Dra. Laura Maria Carvalho Braga, pois sofreu um corte profundo na testa onde levou seis pontos, e ao se defender dos golpes teve um dedo da mão quebrado pela bengala que o agressor tomou dela.  

A senhora relatou para a reportagem que foi provocada pelo agressor porque ela e seu filho reclamaram do som alto, e além de não atender ao pedido, ele ainda teria feito provocações até culminar na agressão. Vizinhos confirmaram a versão de Eurides, e pedindo sigilo do nome relataram que o agressor é conhecido na área, e estava festando no bar da esquina.

Segundo a senhora, o agressor debochou do seu filho e o teria chamado de “bichinha”, e a ofendeu chamando-a para perto dele com gestos, como quem chama galinha num quintal. “Ele parou aqui na minha frente e começou falar assim pra mim: cuti, cuti, cuti. Vem galinha...Vem galinha ‘ni’ mim, vem, vem, vem...”, contou a vítima da agressão.

Segundo dona Eurides, as provocações do dono da caminhonete foram tantas que seu filho chegou a cometer um ato falho que deixou o agressor ainda mais irado. “Meu menino tacou uma perda no som do carro, ele parou e me bateu. Depois de ele me bater, um pedaço da bengala que ele pegou da minha mão a polícia pegou e o outro um companheiro dele jogou lá pra o meio do mato”, detalhou.

A mulher agredida com violência teve de tirar da escola o filho especial que é o companheiro dela e a auxilia em tudo no momento que ele havia concluído o ensino fundamental, foi alfabetizado na instituição escolar da Sociedade Pestalozzi, e este ano iria estudar o ensino Médio, numa escola estadual aberta.  

Dona Eurides disse que ao ver que seu filho seria agredido não teve outra escolha, pois depende do rapaz para ajudá-la em praticamente tudo que faz. Este ano tirei ele da aula. Ele tem que ficar comigo porque eu tomo dois tipos de insulina porque me dá vertigem. Não tem um ano que eu perdi três parentes meus por causa dessa doença, e meu filho me ajuda muito”, afirmou.

A ocorrência policial registrada na Delegacia Civil, descreve que a PM foi acionada ao HM onde a vítima recebia cuidados médicos. Os militares foram ao local do ocorrido, conversaram com moradores que disseram não conhecer o agressor pelo nome, apenas afirmaram que ele é chamado de Lala, e evadiu-se após agredir a mulher doente com a própria bengala que ela usa para se deslocar.    

Eurides mostra o local do matagal onde o amigo do agressor jogou parte da bengala dela

Fonte: www.correiocentral.com.br - fotos Edmilson Rodrigues

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