Correio Central
Voltar Notícia publicada em 05/12/2016

Modelo de 17 anos complica vida de jovens que mataram contador, em depoimento à polícia

A adolescente afirmou à polícia que teve um breve encontro com João Victor, o resto foi à distância e quanto a Gleysson ela saiu duas vezes com amigos e ele estava junto, mas não ficaram juntos.

Com o depoimento da modelo citada como o pivô de suposta traição que motivou uma vingança, se complica a situação de João Victor Doenha de Souza, 18, que está preso sob a acusação de ter atraído o contador Gleysson Batista Campos, que tinha 30 anos, para a morte na madrugada do dia 27 de novembro, na terceira rampa de salto de paraglider do morro Chico Mendes, em Ouro Preto d’Oeste.

A vítima levou uma pedrada na cabeça, foi golpeada várias vezes no pescoço, e teve o corpo jogado numa ribanceira, em meio a arbustos e pedras, e foi encontrada por um grupo de alunos que fazia caminhada pelas trilhas da reserva.

A garota que teve seu nome envolvido neste episodio, que a Polícia Civil trata como um latrocínio (roubo seguido de morte) tem apenas 17 anos, e em depoimento prestado na delegacia de Ouro Preto do Oeste na última semana, admitiu ter conhecido João Victor - que também participava de concursos de beleza - quando ela tinha 16 anos e ele 17, admitiu ter saído com o rapaz uma vez na cidade de Ji-Paraná, mantiveram um relacionamento de oito semanas à distância, e o contato se deu mais pela rede social.

Em conversa com a reportagem, a jovem avaliou que o que ouve foi um relacionamento de adolescência, não gerou motivos para guardar ódio em ninguém, nem foi de tamanha relevância sentimental, e ficou ano passado. “A gente se relacionou por dois meses, mas neste período eu fui para São Paulo pra casa do meu pai. Eu voltei e a gente ficou só na amizade. Ele queria namorar, ter coisa seria, mas eu não queria”, recorda-se a adolescente.

Quanto a Gleysson Batista Campos, que foi barbaramente assassinado na rampa de saltos do morro Chico Mendes após ser atraído para aquele local ermo por João Victor, que tinha combinado com outros dois jovens e um adolescente para eles aparecerem no local de surpresa, a garota confirmou que saiu com ele em duas ocasiões, mas que não estavam sozinhos. “Nós saímos numa galerinha e sem compromisso, não houve relacionamento”, disse.

ÁLIBI SEM CONSISTÊNCIA

João Victor Doenha alega que a motivação da surra que pretendia dar no seu amigo era por vingança porque Gleysson o teria traído justamente com a modelo que ele matinha um romance, mas o depoimento da jovem desfaz essa possibilidade, e reforça a linha investigatória do inquérito policial na Delegacia de Ouro Preto, de que os jovens agiram de caso pensado, e tramaram um latrocínio com a intenção de negociar o veículo na fronteira de Rondônia com a Bolívia.  

João Victor alegou, ao ser preso dirigindo o carro da vítima na cidade de Nova Mamoré, a caminho de Guajará-Mirim, que convidou Ronaldo Simões de Souza, 22, para dar uma surra em Gleysson, e este arregimentou Maikssuel de Jesus Souza, 18, e um menor de 15 anos de idade que se encontra apreendido no Centro de Ressocialização de Ji-Paraná, mas a situação teria saído do controle e o quarteto matou a vítima com uma pedrada na cabeça, e degolando-a em seguida, com vários golpes de objeto cortante no pescoço.

FIM DA INVESTIGAÇÃO

O delegado Júlio Cezar de Souza Ferreira, que conduz o inquérito e as investigações sobre o assassinato de Gleysson Batista Campos, e o roubo de seu veículo Toyota Corolla e do celular da vítima, deverá se manifestar publicamente esta semana, antes de remeter os Autos do inquérito para o Ministério Público.

João Victor Doenha, Ronaldo Simões de Souza, o “naldade”, 22 anos, e Maikssuel de Jesus Souza, 18 anos, se encontram presos na Casa de Detenção de Ouro Preto do Oeste, e o menor que teria surpreendido Gleysson com uma pedrada na cabeça, está apreendido no Centro de ressocialização de Ji-Paraná

 

 

Fonte: Por Edmilson Rodrigues

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