O corpo de Edemar Rodrigues da Silva, o “Galego”, também conhecido por “Lalaco”, de 36 anos, assassinado na noite de terça-feira (3) na invasão da Fazenda Triângulo dentro das marcações denominadas de assentamento Boa Esperança, na altura da Linha 203, nas terras que pertencem ao grupo Trianon, foi retirado do local após ser periciado, e está sendo velado na cidade de Ouro Preto do Oeste, na funerária da Associação Passport.
Antes de ser executado Edemar, de acordo com a ocorrência policial registrada pela Polícia Militar, teve uma parte de uma orelha arrancada e no seu corpo havia vários cortes e uma marca no rosto do lado esquerdo, em forma de X.
Segundo companheiros da vítima eles seguiam em um caminhão, e desceram do veículo para atravessar uma ponte.
Quando Galego atravessava a ponte foi ouvido um estampido de arma de fogo, ele deu um grito e caiu ao solo. Os demais correram para a mata temendo que também seriam alvejados.
A reportagem do site Correio Central entrou em contato com os peritos Carlos Astenreter e Flávio Leal, da Polícia Técnico-Científica (Politec) da Polícia Civil de Rondônia que estiveram no local, e ambos confirmaram as lesões à faca descritas no boletim policial, porém descartaram que a vítima foi torturada, conforme comentários que surgiram na cidade.
“Ele sofreu disparos de arma de fogo, um tiro pegou na região da coxa, outro no tendão de Aquiles e um na região do tórax. Não dá para precisar a arma usada no crime agora, mas tem aspecto de pistola por causa dos fragmentos espalhados”, detalhou o perito criminal Carlos Astenreter
Quanto ao corte em forma de X no rosto da vítima, do lado direito, o perito pontuou: “Ele tem os riscados no rosto, está muito profundo e não dá para caracterizar se foi na queda ou de faca. A faca corta o tecido de um lado ‘pra’ o outro. Mas o corpo tem vários cortes de faca no pescoço, no tórax, e dois cortes no couro cabeludo”, relata o experiente perito.
Galego é o segundo líder assassinado dentro da fazenda. Este é o segundo homicídio registrado na área este ano de 2018. Em fevereiro, Joscione Nunes das Neves, que tinha 32 anos, e morava em Vale do Paraíso, foi morto na fundiária da fazenda por um colega de derrubada dentro da mata.
Em junho do ano passado, no travessão da Linha 204, Valdenir Juventino Izidoro, conhecido por “Lobo”, que tinha 50 anos e liderava o grupo de sem terras em invasões de terra nas imediações, foi morto com um tiro pelas costas, no travessão da Linha 204. A vítima foi morta de maneira traiçoeira; Valdenir levou um único tiro a queima roupas pelas costas na área de 1 alqueires próximo da entrada da fazenda que foi arrendada pelo grupo de sem terras liderados por ele.
INVESTIGAÇÃO
As mortes registradas nas invasões da Fazenda Trianon são de responsabilidade da Delegacia de Polícia Civil em Ouro Preto do Oeste.
O delegado Moacir Nascimento Figueiredo, que responde interinamente na UNISP, viajou a Vale do Paraíso, mas não conseguiu chegar ao local do homicídio de Galego por estar em um veículo pequeno, sem condições de vencer as estradas.
No entanto, o delegado afirmou que a equipe do Serviço de Investigação (Sevic) designada para elucidar o crime se deslocou aos travessões que servem de ponto de acesso às ocupações da Fazenda Trianon para ouvir testemunhas e determinar as linhas de investigações que serão tomadas.
CORPO DE GALEGO FOI RETIRADO DA MATA SOMENTE NESTA QUINTA
PERITOS CARLOS ASTENRETER E FLÁVIO LEAL PERICIARAM O CORPO DA VÍTIMA
GALEGO ESTÁ SENDO VELADO EM OURO PRETO DO OESTE, NA ASSOCIAÇÃO PASSPORT
Fonte: www.correiocentral.com.br