O juizado da 1ª Vara Criminal da comarca de Ouro Preto do Oeste (RO) revogou a prisão de Valto Martins Pereira de 38 anos que foi preso no dia 7 de junho por ter causado o acidente na Avenida Daniel Comboni na madrugada do dia 26 de maio atropelando três pessoas.
Uma das vítimas, Edvaldo Fialho dos Santos, não resistiu e veio a falecer uma semana depois no HEURO em Cacoal e o pintor teve a prisão decretada pela justiça a pedido do delegado Niki Alves Locatelli e o Ministério Público.
Dirigindo um veículo VW Gol, ano 93, Valto atropelou Edvaldo Fialho e duas garotas em frente a Pub Crazy Beer na Avenida Daniel Comboni, onde ele teria tomado três cervejas, segundo depoimento prestado na Delegacia Civil após ele ser identificado e localizado.
O advogado Odair José da Silva conseguiu convencer a Justiça a revogar a prisão do pintor que vai aguardar o resultado do processo em liberdade, monitorado por tornozeleira eletrônica.
Valto não poderá se ausentar da cidade por prazo superior a 8 dias, terá que recolher-se em sua residência após as 22 horas nos finais de semana, feriados e dias de folga.
Segundo despacho de soltura expedido pelo juizado, o representado “exerce atividade laborativa lícita, tem residência fixa e sua conduta processual, ao constituir advogado para requerer a revogação da sua prisão, é incompatível com a intenção de frustrar a ação da justiça”.
A defesa do réu apresentou o argumento que ele, em nenhum momento, demonstrou a intenção de acobertar os fatos que já são do conhecimento público, e manteve a versão de não se recordar do acidente que provocou, tanto que, não se preocupou em esconder o veículo ou arranjar álibi para ludibriar a lei. O veículo que o pintor usava na noite do acidente continua apreendido.
A VERSÃO DO ACUSADO
Em entrevista ao site Correio Central, Valto Martins disse que no dia do ocorrido teve um dia normal de trabalho, estava em casa com a esposa e o seu sogro, mas decidiu dar uma volta pela cidade e parou o carro no estacionamento da travessa Ormiro Rodrigues, próximo do Açaí Point.
“Eu ia parar em outro bar, e só me lembro de ter parado naquele local, me dirigi a Crazy e tomei três cervejas. Acordei cedinho dentro do carro e foi minha esposa que viu o vidro quebrado e me perguntou o que tinha ocorrido. Eu pensei que um ladrão tinha tentado roubar alguma coisa dentro do carro, mas me viu dormindo e desistiu”, relatou.
As imagens colhidas pela Polícia Civil de câmeras instaladas próximas de onde ocorreu o acidente, mostram o veículo subindo a Daniel Comboni em baixa velocidade e não há registro do momento em que as vítimas são atropeladas. “Eu fiquei sabendo que tinha atropelado o “Mano gesseiro” por telefone, e custou pra eu acreditar. Nós sempre trabalhamos juntos, eu só fazia o trabalho de pintura depois que ele aplicava o gesso na parede”, disse o pintor.
Valto disse que está ciente da irresponsabilidade que cometeu ao dirigir embriagado, lamenta pelo sofrimento que o fato causou com a morte de Edvaldo que era conhecido por Mano ou maninho gesseiro, vai aguardar o fim do processo e continuar trabalhando, e também admitiu saber que pedir perdão aos familiares nesse momento não vai aliviar a dor da perda de um ente querido.
Casado, Valto cria três filhos que são apenas de sua companheira, e de uma hora pra outra viu sua vida se transformar em um drama contínuo. Primeiro por ter causado uma morte no trânsito de um ex-colega de trabalho, por passar a partir de então por uma crise psicológica devido ao ocorrido, e também pelo fato de que ele sabe que será julgado e vai ter que pagar pelo erro que cometeu.
Acidente tirou a vida de Edvaldo Fialho, o "Mano gesseiro" como era conhecido pelos amigos
Pintor afirma que não se lembra de nada, e aguarda julgamento trabalhando, monitorado por tornozeleira eletrônica.
Fonte: www.correiocentral.com.br