Um policial militar, lotado no subgrupamento de Nova União (a 44 kms de Ouro Preto do Oeste), que estava acompanhado de sua esposa em um estabelecimento comercial da cidade suspeitou que era alvo de um rapaz de 26 anos que passou pela rua o encarando três vezes e sua suspeita se concretizou, pois, eis que em dado momento o agente avançou contra ele, mas foi imobilizado e portava uma faca na cintura.
A tentativa de lesão corporal à faca ocorreu na noite do último sábado (30) em uma lanchonete localizada na rua Leci Cassemiro, área central de Nova União. O agente Marcelino Ferreira Barros, 26 anos, investiu contra o soldado PM Osmar que não estava em horário de serviço, mas abordou o suspeito por ele apresentar um volume saliente à cintura.
A viatura da PM foi acionada no local, e encontrou o PM e Marcelino no chão imobilizado, e o comandante da viatura da corporação relatou no boletim policial que na hora que o suspeito estava sendo algemado ele teria dito que “isso não ficaria assim, haveria acerto de contas com sangue”, e afirmado que nem que para isso ele gastasse o que tinha para acabar com os militares.
Segundo o PM que entrou em luta corporal com o agente, ele estava com a sua mulher na lanchonete e Marcelino passou duas vezes na frente do local encarando-o, e teria ficado à distância, observando o casal. Quando o suspeito passou pela terceira vez encarando, o PM decidiu abordá-lo devido o volume que observou ter na cintura do suspeito.
Quando o PM se aproximou de Marcelino ele teria investido contra o militar com uma faca inox tentando furá-lo, ambos entraram em luta corporal e o policial conseguiu desarmar e imobilizar o rapaz, até a chegada da viatura. O agente foi entregue na Delegacia Civil de Ouro Preto com um hematoma no nariz, segundo os PMs por causa da queda que ele sofreu no asfalto.
Para a Polícia Civil, tudo leva a crer que a tentativa de lesionar o PM tenha sido por causa de uma prisão de Marcelino efetuada pelo militar no ano passado. Devido a confusão na lanchonete, a mulher do PM passou mal e teve de ser levada ao hospital da cidade para ser medicada.
O delegado Julio Cesar Souza Ferreira, flagranteou Marcelino e o enquadrou no artigo 344, do Código Penal, por crime de Coação no Curso do Processo, e arbitrou fiança de 1 salário mínimo. O policial civil Dione dos Anjos Lucas, que trabalhou no plantão do domingo, explicou que o delegado se baseou no entendimento de que o acusado tentou coagir um policial que havia preso ele antes, em outra situação, numa suposta tentativa de intimidar o militar.
O Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, classifica tal ação como Crime contra a administração da Justiça, no artigo 344 – “Usar de violência ou grave ameaça, com fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, qualquer outra pessoa que funciona ou é chamado a intervir em processo judicial, policial, ou administrativo, ou em juízo arbitral”.
“Nesse caso, o Policial é uma potencial testemunha contra ele em eventual em eventual ação penal pela detenção anterior”, concluiu o policial. O delegado arbitrou fiança de um salário mínimo, e como o detido não conseguiu o recurso, foi recolhido à Casa de Detenção de Ouro Preto. A faca usada pelo acusado foi entregue na DP.
Fonte: www.correiocentral.com.br