Correio Central
Voltar Notícia publicada em 14/04/2017

Voluntários de Ouro inicia atendimento em Escolas Municipais de Ouro Preto; projeto começa na Escola Paulo Freire, no bairro Boa Esperança

Existem crianças com 5 anos em escolas municipal sem dente algum na boca, situação que vai comprometer a formação da arcada e a face

EDMILSON RODRIGUES - O número de crianças com idade a partir de 5 anos com a dentição comprometida por falta de orientação e tratamento no período adequado, verificado nas Escolas públicas de Ouro Preto do Oeste é gritante, mas uma ação da Secretaria Municipal de Educação (SEMECE) em parceria com o Projeto Voluntários de Ouro, pretende mudar esse quadro.

Existem crianças em várias escolas totalmente “banguelinhas” que vão crescer sem a mastigação correta, privadas do simples prazer de comer um alimento que necessita de dentição. A realidade é triste.

CRIANÇA COM OS DENTES COMPROMETIDOS É ATENDIDA NO TRAILER

Nos próximos dois meses, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Paulo Freire, localizada na rua Tancredo Neves, estará sendo atendida pelo projeto Voluntários de Ouro, que leva saúde bucal para crianças de baixa renda, e que apresentam problemas de dentição precoce e em estado avançado.  Ao todo, 176 crianças serão beneficiadas nessa ação, segundo informa Arzeni Dias Belmiro, diretora da instituição escolar.

A Escola, localizada no Bairro Boa Esperança, à rua Celso Carminatti é a primeira a receber a equipe coordenada pela dentista Simone Silva, idealizadora do projeto solidário Voluntários de Ouro, que agora conta com uma unidade odontológica móvel (trailer) adquirida pela Cooperativa de Crédito Rural e dos Empresários do Centro do Estado de Rondônia (SICOOB Centro).

A coordenadora do projeto revelou que, uma das crianças que serão atendidas pelo projeto Voluntários de Ouro tem apenas cinco anos de idade, e já está com todos os dentes da boca condenados. “Esses dentes que ele perdeu só vão nascer novamente com 12 anos”, lamenta a dentista.

Os dentes de leite tem um ciclo de tempo para ficarem na boca, esses primeiros dentinhos da criança são transitórios e preparam a arcada dentária para receber os dentes permanentes, estimulando o crescimento ósseo das arcadas e da face como um todo. Chama-se dentição decídua.  

Essa parceria com o Projeto Voluntários de Ouro foi firmada com a SEMECE na curta gestão do professor Luiz Carlos Polini, que foi exonerado na última semana. Polini explicou no dia que o trailer chegou à escola que, através do Programa Saúde na Escola (PSE/Escola), pretendia realizar a ferramenta da política intersetorial da saúde voltadas para crianças e adolescentes nas escolas municipais.

A diretora da Escola Paulo Freire Arzeni Dias Belmiro, que com sua equipe fez um trabalho de seleção dos alunos que serão atendidos pela rede de apoio de voluntariados arregimentado por doutora Simone, disse que esse trabalho será muito importante para as crianças, pois naquele setor existem muitas famílias sem condições de levar o filho ou filha a um consultório dentário.

REDE DE APOIO

O projeto também atende o Abrigo Municipal e mesmo adultos que têm problemas de saúde bucal que os tiram da vida social, se sentem inferiores e não são felizes.

Desde quando o trailer com consultório móvel foi entregue pelo SICOOB Centro, o Projeto Voluntários de Ouro realizou 40 restaurações, 20 limpezas (profilaxia), 20 selantes, que é a proteção para impedir a carie, 15 extrações de dentes condenados e 10 curativos.

Houve alguns encaminhamentos de paciente dependente químico para profissionais de odontologia que são parceiros do projeto; uma dentista da cidade fez várias extrações, uma senhora que no último Natal enviou uma carta para a Agência os Correios pedindo uma dentadura teve seu desejo realizado.

O Projeto Voluntários de Ouro tem uma rede de apoio de profissionais como o doutor Antônio, da Clínica Belo Sorriso, que reduziu o custo da prótese da senhora e o doutor Fernando da Clínica Saúde da Família que está atendendo um adolescente que estava pedindo um tratamento, mas não tinha condições. “O doutor Gustavo e a doutora Mari Rosa também tem nos ajudado”, ressalta Simone Silva

UNIDADE MÓVEL FOI DOADA PELO SICOOB CENTRO PARA O PROJETO DE OURO PRETO

 

 

 

 

 

Fonte: www.correiocentral.com.br - fotos Edmilson Rodrigues

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