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Voltar Notícia publicada em 28/05/2018

Quatro Pms acusados de matar jovem ouro-pretense no Acre são condenados a mais de 13 anos de prisão e perdem a farda

Magdiel foi perseguido e espancado até a morte dentro do quintal de sua casa, por que estava sem habilitação.

Condenados a 13 anos e seis meses de prisão os quatro policiais militares do município acreano de Capixaba acusados de em 2014 ter espancado até a morte o técnico em radiologia Magdiel Wellington Chaves Victuri, que tinha 23 anos de idade, e era natural de Ouro Preto do Oeste, após uma perseguição de trânsito.

O júri condenou pelo homicídio o sargento PM José Lopes Pereira, os cabos PM Jocélio de Souza Brito, José Andrias de Araújo Pereira e Andreson Abreu Pinho, e os militares também perderam a função pública. O júri popular dos PMs foi realizado na última quinta-feira, 24 de maio, no fórum da Comarca de Capixaba.

O crime ocorreu no dia 21 de abril de 2014, e dois dias depois o corpo de Magdiel foi trazido de Capixaba, município acreano a 72 quilômetros de Rio Branco, para Rondônia e enterrado em Ouro Preto do Oeste, no cemitério Campo Santo.

Magdiel nasceu em Ouro Preto do Oeste, era filho do casal Jacira Chaves Victuri e do mototaxista Reinaldo Cesar Victuri. Ele passou num concurso público em Nova Mamoré (RO) e morava em Capixaba, no Acre.

À época do crime, a mulher de Magdiel, a enfermeira Geruza Sarkis, 32 anos, e testemunhas, acusaram os quatro policiais militares que perseguiram Magdiel pelas ruas de Capixaba de terem espancado seu marido até a morte.

Era uma segunda-feira, feriado do Dia de Tiradentes, Magdiel estava se divertindo com amigos e ouvindo som automotivo, mas a bateria do carro descarregou e ele resolveu dar uma volta para recarregar e voltar para continuar ouvindo som.

A juíza Louize Santana leu a sentença relatando que os réus agiram com violência demasiada, produzindo o resultado morte, decorrente do traumatismo craniano gerado pelos chutes que sofreu na região da cabeça.

Magdiel não estava portando a habilitação, e os PMs sabiam disso, eles iniciaram uma perseguição, mas o técnico em radiologia conseguiu chegar em casa e guardar o veículo. Quando ele saiu no quintal para fechar o portão os Pms agiram. O laudo médico constatou que o rapaz sofreu fortes agressões e apresentava um nariz quebrado.

Geruza disse que, ao chegar à sua casa, e ver o marido sangrando pela boca, e em estado de convulsão, tentou se aproximar mais foi advertida por um dos PMs que disse: “Se afaste senão vai sobrar pra senhora também”.

A mulher conta ter pedido que eles chamassem a ambulância do Samu, mas os PMs jogaram Magdiel na carroceria de uma L200, e que um dos militares ainda chutou a vítima antes de algemá-la

A habilitação, segundo a esposa da vítima, era aguardada havia seis meses em Nova Mamoré, mas até a data do ocorrido a Ciretran não tinha dado solução para o rapaz.

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Fonte: www.correiocentral.com.br

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