José Agnaldo de Jesus, o “Nadinho”, Jasmo Pereira de Castro, Daniel Heringer e Edison Luiz Gasparotto, o que eles têm em comum? Ao longo da história todos foram vereadores em Ouro Preto do Oeste, cidade do interior de Rondônia, e todos foram assassinados.
Dos três crimes, apenas um foi esclarecido e o assassino cumpre pena, é o de Daniel Heringer, que foi executado quando não era mais vereador e ocupava o cargo de prefeito em Teixerirópolis, cidade vizinha. As investigações apontaram que o crime não teve motivação política e sim por dívidas financeiras.
O caso mais recente aconteceu em agosto de 2007 e teve como vítima Edison Gasparotto, então presidente da Câmara de Vereadores. Edison Gasparotto já havia comunicado à Justiça que estava sendo ameaçado e possivelmente pela atividade de vereador, mas não foi providenciada segurança a ele. Além dos projéteis que acertaram a cabeça, o assassino continuou atirando atingindo a vítima outras quatro vezes em diversas partes do corpo.
Nos dias seguintes ao fato, algumas pessoas chegaram a ser presas, mas foram soltas porque ou eram inocentes ou as provas eram insuficientes para provar a autoria do crime. Crime político? Motivação comercial? Nove anos depois do assassinato as perguntas são muitas e as respostas são poucas.
Nossa equipe procurou o Ministério Público do Estado, mas não há novidades sobre o caso. Traumatizados, poucos dias após o crime a viúva de Edison Gasparotto e um casal de filhos deixou a cidade e não mais retornou.
Um irmão da vítima, Estenelau Gasparotto, 65 anos, ainda mora em Ouro Preto, e, como outros familiares, acredita que o crime aconteceu por motivos políticos e que os assassinos possivelmente ainda moram no município. Ele afirma que falta investigação, mas não acredita que os responsáveis um dia serão punidos.
Dois delegados de polícia civil, Roberto dos Santos da Silva e Júlio César de Souza Ferreira, receberam a nossa reportagem. Um deles preside o inquérito, que já tem centenas de páginas. Por não serem da época do crime, as dificuldades são ainda maiores, mas, diferente do irmão da vítima, os dois tem certeza que os assassinos ainda serão punidos.
Caso Gasparotto, nove anos depois, muitas perguntas, poucas respostas e uma certeza, a dor da família será eterna.
Fonte: www.correiocentral.com.br