EDMILSON RODRIGUES - Nos municípios da região de Ouro Preto do Oeste, que possui uma das maiores bacias leiteiras da região Norte, produtores e pequenos agricultores familiares interessados em maximizar o sistema de produção, e reduzir a área da propriedade utilizada para pastagens, têm procurado o escritório da Emater para solicitar assistência técnica continuada visando implantar o manejo rotacionado, a migração do capim Braquiária para o capim Mombaça irrigado.
Com essa otimização e a tecnificação, os criadores vão melhorar a produtividade, pois manterão a fartura de alimentação para o gado no período de seca, produzirão mais no menor espaço possível, e ganhar em rentabilidade.
A disseminação de raça de gado melhorada geneticamente para aumentar a produção de gado de leite é constante no Estado com os criadores de maior porte fornecendo matrizes auxiliando os pequenos agricultores familiares a melhorar a genética do gado na propriedade.
Utilizando-se de financiamentos disponíveis nos bancos institucionais das linhas de crédito da modalidade Pronaf Agricultura, os pequenos agricultores vão incrementando o seu plantel e a cada ano surpreendem com índices de produção.
DONA GERTRUDES VIU UMA LEITERIA HIGIÊNICA NO PARANÁ E CONSTRUIU UMA IGUAL
Na última safra, do total de investimentos aplicados pelo Banco do Brasil em Rondônia, para a Agricultura Familiar foram destinados R$ 676,6 milhões, enquanto que para médios produtores o recurso aplicado foi de R$ 195,7 milhões e para a Agricultura Empresarial o total liberado foi de R$ 76,1 milhões.
Buscando efetivar a pecuária tecnificada, os pequenos agricultores pleiteiam recursos para manejo e proteção dos recursos naturais, análise de solo, formação e recuperação de pastagens e demais forrageiras destinadas à alimentação animal.
Aqueles que já têm formado o plantel de gado geneticamente melhorado querem adquirir recurso para construção de pequenos silos e armazéns, tanques de resfriamento de leite e ordenhadeiras.
A veterinária Lorena Castro, do escritório da Emater em Ouro Preto do Oeste, orienta que, conforme aumenta o interesse dos pequenos criadores em incrementar, a lida com a pecuária de leite está ficando mais fácil graças à tecnologia que obriga o criador a adotar uma postura gerencial que leva em conta o aceleramento do sistema de produção de vaca de leite, a nutrição adequada dos animais e a aquisição de equipamentos modernos.
Os criadores de pequeno porte primeiro procuram melhorar a genética adquirindo matrizes com produtividade superior, e aqueles que iniciaram há mais tempo a aquisição de novilhas melhoradas produzem excedente de gado e iniciam a comercialização de produtos descartados na propriedade, que vão servir a outro produtor que está começando a incrementar o gado leiteiro. A cadeia é crescente e a evolução resulta em mais números positivos para o Estado de Rondônia.
GADO DE ELITE DA FAZENDA 7 ESTRELAS, NA BR-364, PERTO DA BALANÇA DO DNIT
O criador interessado em evoluir busca a modernidade e está tecnificando, fazendo o calcareamento e adubação da terra. Muitos estão migrando para o capim Mombaça e irrigando para ter capim verde o ano inteiro. O capim braquiarão não pode ser irrigado porque o teor protéico dele é muito baixo, de maneira que os produtores aderem ao capim mais rico com índice protéico melhor, pois vai expressar melhor com a adubação, fazendo com que os animais diminuam a ração protéica do coxo e intensifica-a no pasto.
COOPERATIVISMO
A produtora rural Gertrudes Freire de Almeida, de 74 anos, pioneira da Linha 12 do travessão 22, aderiu à primeira Cooperativa de criadores de Ouro Preto do Oeste criada no ano passado, e se mostra animada com os resultados. Ela propaga que mais criadores devem aderir às cooperativas que estão se formando no município para todos ganharem força. “Sozinho ninguém chega lá. Tem que ter pelo menos um pequeno grupo. O primeiro resultado que eu percebi é que o preço do leite não caiu, e até melhorou para outros criadores”, observou dona Gertrudes.
O produtor rural Marcelino Erick Umbehaum, há 31 anos mora no sitio Iara, localizado à margem da RO-470, no travessão 08, também associou-se ao grupo e está muito empolgado com a porque já contabilizou resultados. “Estou muito satisfeito. Em três meses os benefícios foram muitos, conseguimos o calcário a preço baixo, e a assistência. Antes de entrar na cooperativa, eu recebia R$ 0,74 por litro de leite, no primeiro mês foi para R$ 0,95 e o segundo mês recebi R$ 1.00 pelo litro”, comemora o criador.
MARCELINO UMBEHAUM ENTROU PARA A COOPERATIVA E ESTÁ SATISFEITO
DESEMPENHO DOS ANIMAIS
A evolução da pecuária de leite dos pequenos agricultores é medida todos os anos no Concurso leiteiro regional que a Seagri e a Emater nas feiras agropecuárias. Na última edição do evento em Ouro Preto do Oeste, na Agri Show Norte, a novilha da categoria AF (Agricultura Familiar), de um produtor João Luiz Menegatt, de Vale do Paraíso, produziu 34.307 litros por dia, em duas ordenhas e o animal que ficou em segundo lugar produziu media de 34.110 litros por dia, sendo 17.055 litros por ordenha. Esses índices comprovam que a filosofia da agricultura de precisão e a tecnificação hoje faz parte do vocabulário dos agricultores familiares.
PIQUETE ROTACIONADO E IRRIGADO E NOVO PASTO EM SÍTIO DA LINHA 22
VACA DE LEITE NO CONCURSO LEITEIRO DA AGRI SHOW DE 2016
Fonte: www.correiocentral.com.br - fotos Edmilson Rodrigues