O movimento grevista da educação municipal surpreendeu com um apitaço os vereadores na noite da última quarta-feira, 03, quando eles iniciavam uma sessão extraordinária para votar dois projetos de urgência do Executivo Municipal e a sessão foi suspensa.
Um projeto é o que trata da realização do festival de cultura gastronômica de Ouro Preto do Oeste que será realizado de 12 a 14 de julho, e o outro de remanejamento de recurso.
Atendendo uma proposta solicitada pelo vereador Serginho Castilho (PRP), o grupo que elegeu a Mesa Diretora acabou por fazer um compromisso com a comissão de greve do Sindicato Municipal de “trancar a pauta” de votação, e fazer uma espécie de “greve branca” favorável a causa dos professores, até que o Executivo aprove o aumento da categoria.
Tanto que, nas duas últimas sessões ordinárias, as segundas-feiras, a presença dos grevistas no plenário da Câmara impediu que os vereadores aprovassem a demanda de projetos que ficou para trás.
Diante da situação, o presidente da Câmara, vereador Edis Farias (PSD) colocou a discussão o pedido do vereador deraldo Pereira em votação, e os demais vereadores votaram pela suspensão da sessão.
Cleide Almeida (PDT) e Miltinho do Bar (PRP) saíram do plenário de deliberações, foram para a sala de reuniões ao lado, e não votaram.
Aos vereadores Geovane Fernandes, Peragibe Félix e Ivone Vicentin, aliados da administração, não restou alternativa perante os grevistas assoprando apitos na tribuna da Câmara. Do lado de fora da Câmara, o presidente do Sindicato Delísio Fernandes promoveu um foguetório.
Ocorre que, na outra ponta, os vereadores também mantêm o pacto administrativo com o prefeito Alex Testoni (PSD), o que torna a cena de anteontem à noite um mero “balão de ensaio”, considerando que os vereadores do grupo da Mesa Diretora sabiam que os grevistas iriam à sessão extraordinária exigir que a Câmara continue com a “pauta trancada”, como sugeriu anteriormente Serginho Castilho.
Os grevistas tinham até cartazes questionando a pauta da reunião urgente dos vereadores, e os edis autores da ideia de trancar a pauta eram os únicos que estavam de terno e gravata, impecáveis.
Além do prejuízo que a paralisação na educação já tem causado agora o Município também fica prejudicado, sem a normalidade das sessões. Vale ressaltar, que, a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias – ainda não foi aprovada.
A partir do compromisso firmado por esses vereadores, o movimento grevista ganhou fôlego, e a cada sessão tem conseguido impedir que a Câmara delibere sobre projetos.
A proposta defendida com mais ênfase pelos vereadores Serginho e doutor Deraldo não resolveu o problema, a greve continua. Pais de alunos na cidade e do setor rural estão cobrando uma posição do Executivo e da Câmara, e reclamam da paralisação das aulas nas escolas.
Fonte: www.correiocental.com.br