Correio Central
Voltar Notícia publicada em 24/02/2014

Sojicultores do Cone Sul de Rondônia buscam tecnologias para a próxima safra

Além das cultivares de soja convencional os produtores conheceram também as variedades transgênicas e puderam conferir os diferentes estágios de maturação, produtividade, vigor e demais características que são observadas na hora da escolha de uma variedade.

Nem mesmo as chuvas impediram os 200 produtores, técnicos e estudantes de participarem dos Dias de Campo de Soja da Embrapa, realizados nos dias 19 e 21 de fevereiro em Vilhena e Cerejeiras, respectivamente, municípios localizados no Cone Sul de Rondônia, região que concentra a maior produção do grão no estado.

 

Durante os eventos foram apresentadas 22 cultivares desenvolvidas pela Embrapa, com uma novidade para este ano, pois além das cultivares de soja convencional os produtores conheceram também as variedades transgênicas e puderam conferir os diferentes estágios de maturação, produtividade, vigor e demais características que são observadas na hora da escolha de uma variedade.

 

Com boas expectativas para a colheita da safra deste ano, os produtores participaram ativamente dos eventos já de olho no planejamento da próxima safra, que começa com a escolha da cultivar mais adequada. Foi o caso de Bruno da Silva Almeida, responsável pelas áreas de um dos maiores produtores de soja do estado, com cerca de 24.660 ha, e que esteve no evento em Vilhena.

 

“Este ano tivemos recorde de produtividade em que algumas variedades de soja tiveram valores acima de 70 sacas/ha, o que nos anima muito. Isso é resultado de investimento em tecnologia, e é o que eu vim fazer aqui no dia de campo: buscar materiais que sejam mais adequados para nossa localidade. Além disso, a Embrapa agora está nos apresentando opções de variedades transgênicas, o que é muito bom. Vindo da Embrapa a gente confia e pode ver o resultado aqui no campo”, afirma Bruno Almeida.

 

De acordo com o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Rondônia, Samuel Oliveira, a Empresa está acompanhando o mercado para a soja em Rondônia. “Este ano o preço da soja transgênica se equiparou ao da convencional, pois até o ano passado o valor da convencional superava. Neste cenário, apresentamos ao produtor as variedades de soja convencional e também, a novidade para este ano, as cultivares transgênicas, ambas altamente competitivas. Isso mostra que a Embrapa está em sintonia com o mercado e junto ao produtor para que ele tenha opções para fazer a melhor escolha”, destaca Oliveira.

 

Atualmente, a maior parte da soja produzida em Rondônia é convencional, no entanto, com a equiparação do valor de venda com a soja transgênica no estado, esse dado pode mudar, pois os produtores têm novas oportunidades e muitos afirmaram durante os dias de campo que já estão cultivando ou irão utilizar cultivares de soja transgênica na próxima safra, como conta o sojicultor Alindo Grave, de Corumbiara.

 

“No ano que vem nós vamos plantar pelo menos 70% da área de transgênico, isso é irreversível”. O produtor Darci Zenatti, que veio do Paraná e cultiva soja em Rondônia desde 2002, concorda. “Planto a soja convencional, mas vou começar a cultivar também a transgênica, quero conhecer melhor e comparar. Desde que vim para Rondônia eu estou expandindo a área de soja, trabalhando com minha família. A soja é ouro para nós e é preciso estar por dentro do mercado para não ter prejuízo”, completa Zenatti.

 

Para Samuel Oliveira, todo esse alinhamento da Embrapa no mercado de tecnologia é primordial para que a Embrapa exerça a importante função de regular este mercado de sementes no Brasil, para que haja equilíbrio entre a oferta e a demanda. “É importante a presença de uma tecnologia nacional como a da Embrapa nesse mercado, não como hegemônica, mas também como reguladora desse mercado, ofertando tecnologias competitivas aos agricultores”, conclui.

 

Os dias de campo de soja de Vilhena e Cerejeiras também tiveram estações com palestras sobre o manejo integrado de pragas, apresentadas pelo pesquisador da Embrapa Soja Adeney Bueno. Um dos assuntos abordados foi a Helicoverpa armigera, uma lagarta identificada recentemente no País e que tem surpreendido produtores e pesquisadores pelo seu poder de destruição, causando prejuízos às lavouras de milho, soja e algodão. Este assunto também foi tema de um encontro que reuniu pesquisadores e analistas da Embrapa, fiscais da Idaron, produtores e estudantes no auditório do Sebrae, em Vilhena, no dia 19 de fevereiro.

 

O próximo dia de campo de soja acontecerá em Castanheiras, no dia 25/2. Em seguida será realizado em Porto Velho, no dia 11/3, e o último será em Ariquemes, no dia 13/3. Os Dias de Campo de Soja 2014 são uma realização da Embrapa e conta com as parcerias da FMC, Central Agrícola, Sementes Ouro Verde e Sementes Quati. Além do apoio do Programa Soja Livre, Aprosoja, Instituto Federal de Rondônia, Fundação Cerrados, Fundação BA, Fundação Triângulo, CTPA, Epamig e Emater.

 



Fonte: Embrapa-Rondônia - Renata Kelly da Silva

 

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