Produção de cacau poderá ser quadruplicada em RO com apoio da ALE

Após décadas de crises, alimentadas por políticas equivocadas e, sobretudo, pelo desestímulo governamental, a lavoura cacaueira em Rondônia recebe um aceno de renovação que deverá ser o início de sua revitalização, semelhante ao que ocorreu na Bahia.

A esperança decorre de uma ação articulada pelos deputados Hermínio Coelho, Marcelino Tenório, Luiz Cláudio e José Lebrão, com a participação da Comissão Executiva para o Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), por meio da qual a Assembleia Legislativa irá repassar cerca de R$ 300 mil de seu orçamento, a fim de se implantar um sistema de irrigação para e expansão de um jardim de produção de mudas clonadas de alta qualidade.

O projeto já é resultado prático da audiência pública realizada no dia 25 de abril, em Ouro Preto, quando reuniram-se produtores, técnicos e autoridades para discutir os destinos da cultura em Rondônia. Na oportunidade os deputados se comprometeram em adotar medidas eficazes para a recuperação da cacauicultura.

Na manhã desta quarta-feira (14), o deputado Marcelino Tenório acompanhou o superintendente da Ceplac, Cacildo Viana da Silva e o chefe do Serviço de Extensão Rural do órgão, Alberto de Oliveira Quintas em audiência com presidente da Assembleia Legislativa, Hermínio Coelho, para tratar da liberação do recurso.

De acordo com Quintans, o investimento do Legislativo permitirá a produção de 50 mil mudas clonadas que gerarão dois milhões de sementes de alta qualidade e produtividade. Segundo ele, a média de produção em Rondônia deverá saltar de 800 quilos por hectare para três mil quilos e continuar numa escala ascendente podendo chegar aos seis mil quilos por hectare.

O otimismo do técnico da Ceplac tem por base a alta produtividade alcançada hoje em determinadas lavouras no Estado da Bahia, sendo que Rondônia apresenta características climáticas melhor, como duas horas de sol diárias a mais e maior umidade do ar.

APATIA

O deputado Hermínio Coelho aproveitou a oportunidade para lamentar a falta de visão do governo estadual com relação ao setor produtivo. “Esse governo fez um empréstimo de R$ 1 bilhão para obras, como asfalto que já está deteriorado, e não destinou nada para o setor produtivo, que vive uma total apatia. Se não quiser criar peixe, não tem nada para fazer no campo. Tivesse visão administrativa e boa vontade para com o trabalhador rural, teria direcionado boa parte destes recursos para a produção. Daí, com a estruturação do setor e o consequente retorno da produção, teríamos condições de fazer investimentos mais sólidos e sustentáveis em infraestrutura e no setor social”, observou o dirigente do legislativo estadual.

ASCOM