Correio Central
Voltar Notícia publicada em 07/11/2016

Funcionários da IDARON em Assembleia em Ouro Preto formam Comissão de Greve

A insatisfação é geral entre os servidores da IDARON, e a comissão pode decidir pela paralisação ou greve, o que colocaria em risco a campanha antiaftosa no estado de Rondônia

Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na sexta à noite e na manhã de sábado em Ouro Preto d’Oeste, no Teatro Municipal, em pleno mês da campanha de vacinação antiaftosa, o Sindicato dos Servidores de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (SINSID) deliberou sobre vários assuntos, inclusive a possibilidade de paralisação das atividades, estado de greve ou greve geral.


A categoria dos servidores reunidos em Assembleia deliberou a formação de uma comissão independente para discutir com o Estado as demandas da categoria que aguarda decisão de várias ações judiciais, entre as quais a que pleiteia ganho de insalubridade retirado de uma parcela de servidores, auxilio transporte, concurso público, revisão no PPCR e almejam, principalmente, melhores condições de trabalho. Pelo que ficou definido na Assembleia Geral a comissão decidirá até a terça se vão se juntar aos demais sindicatos na paralisação geral do dia 11 de novembro, e também se indicará a paralisação das atividades ou a greve, caso as negociações não avancem.  


Na Assembleia, foi relatado que nas unidades da IDARON não há mais condições de trabalho, pois não tem material de limpeza e papel higiênico; falta combustível para abastecer veículos e de acordo com o presidente do Sinsid tem escritório caindo e em condições deploráveis. “Hora não tem saldo pra um veículo, chega outro carro e também não tem. As unidades não tem zelador, tem unidade que há mais de ano não tem papel higiênico e material de limpeza. O Servidor que está fazendo serviço de zelador nos prédios porque não tem custeio para isso não”, relacionou David, as queixas dos servidores. 


Funcionários também relataram na Assembleia que o hidroavião, barcos e carros utilizados na fiscalização de fronteira estão parados por falta de manutenção, e que nas áreas de fronteiras são os servidores que bancam algumas despesas de trabalho. Com o fim do convênio com o Fefa os reparos e manutenção deixaram de ser realizados.  


Outro problema é a falta de pessoal e, segundo José David Fantin, devido ao baixo salário os servidores do quadro administrativo da IDARON contratados como “assistente de gestão” eram entre 160 a 170, mas hoje são pouco mais de 90 servidores. “A partir de 2012, quando o governo estadual aprovou o plano de salário os funcionários do administrativo foram saindo, passaram em outros concursos, estão na iniciativa privada ou trabalhando por conta. A carga dos que saíram ficou para os que continuam trabalhando”, denunciou. A escala de trabalho nos postos fronteiriços é outra condição gritante e desumana, segundo o dirigente do sindicato da categoria.


Os servidores que prestigiaram a Assembleia dialogaram abertamente sobre a questão de o comando da IDARON ter sido politizado nos últimos anos; eles também reclamaram muito da gerência que estaria deixando a desejar, causando insatisfação entre os servidores devido à série de problemas no dia a dia de trabalho.


Recentemente a IDARON foi administrada pelo ex-prefeito petista de Buritis José Alfredo Volpi que administrava lotéricas, e atualmente a Agência é comandada pelo ex-deputado federal Anselmo de Jesus desde o começo do ano. “Ocorre que a gerência animal, vegetal e diretoria técnica são a mesma, e se vai mal está faltando administração”, cobrou o presidente do Sinsid.


Uma paralisação na IDARON poderia comprometer a 41ª campanha de vacinação, tendo em vista que ainda tem uma semana para terminar o prazo para os produtores vacinarem, e depois vem à fase de fiscalização e fechamento de dados da campanha. Texto atualizado em 08/11 às 08:36hs.

 

Autor: Edmilson Rodrigues 

 

 

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