Correio Central
Voltar Notícia publicada em 12/08/2015

Crise afeta feiras agropecuárias em Rondônia, mas a tradição é mantida

O empresário Acelino "Pacu" pagou 53 mil reais para explorar a barraca de pastel e churrascaria de praça de alimentação e a venda de bebidas ao redor da arena, e recuperou seu investimento nas últimas três noites

O ano não está bom para as feiras agropecuárias tradicionais, em razão da crise que se instalou em 2015. Os que pagam para prestigiar têm o direito de reclamar do alto custo para frequentar a festa, e quem não administra um Parque de Exposições ou participa diretamente para manter a tradição fala o que quer e tiver vontade.


Todavia, na outra ponta, os envolvidos diretamente com as festas que movimentam o interior de Rondônia, estão trabalhando com dificuldade para manter os eventos anuais, e o público mesmo na bronca dá a sua parcela de contribuição.


À Medida que a crise se instala, fica evidente que somente cidades com feiras agropecuárias já enraizadas no seio de sua comunidade, e uma economia mais consolidada, terão seus eventos repetidos em 2015 e, quem sabe, em 2016. 

  

Ouro Preto do Oeste promoveu sua festa de 5 a 9 de agosto, e apenas as três últimas noites salvaram os dois lados de um possível prejuízo: sexta-feira, o sábado com o show da dupla Victor e Leo e a noite de domingo, que foi com portões abertos. “Aqui em Ouro Preto foi muito ruim até quinta-feira, pensei que de novo ia ter de tirar dinheiro do bolso. Na sexta-feira, no show do Victor e Leo no sábado, e hoje (domingo) que está livre a entrada, eu estou recuperando meu dinheiro e não vou ter prejuízo”, declarou Antônio Acelino de Carvalho, o popular “Pacu”, um dos maiores prestadores de serviço no setor de alimentação e de bebidas das feiras agropecuárias de Rondônia, há 32 anos no ramo.


Na feira agropecuária de Ouro Preto do Oeste Pacu pagou R$ 53.000,00 (cinquenta e três mil reais) para explorar as barracas do pastel e a churrascaria na Praça de Alimentação, e as barracas de cerveja e bebidas quentes instaladas ao redor da arena de rodeio e shows. O investimento é alto.



O empresário decano nas feiras agropecuárias contrata um contingente de 50 pessoas, pagando à média (por noite) de R$ 80,00 para cada trabalhador. Pacu disse que nas festas com duração de cinco noites que participou teve menos prejuízo, e até lucrou. “A exposição de Ariquemes quebrou pela metade este ano. Aqui o show do Victor e Leo “represou”, mas lá o show do Luan Santana pra mim foi a pior noite”, revelou Pacu, relatando que Ji-Paraná também reduziu o público e em Jaru ele teve prejuízo. Este ano Antonio Acelino já esteve com sua equipe em Urupá, São Felipe, Espigão d’Oeste e em nenhuma dessas festas obteve lucros como nos anos anteriores, de 2014 ao ano de 2010.


Na equipe de Pacu tem pessoas que vivem do trabalho nas feiras agropecuárias, que são residentes em várias cidades do estado e têm família para sustentar. O Pacu é um empresário itinerante que pode descrever com exatidão o que ocorre nas festas com a crise que se alastrou pelo país.


Já a senhora Neuza Aparecida da Silva, de 58 anos, que é de Ouro Preto do Oeste, e tem um carrinho de pipoca e guloseimas, não teve gasto extra e apenas pagou pelo espaço na feira agropecuária, mas amargou o pior resultado desde quando começou trabalhar na Agri-Show Norte, há 11 anos.

“Vai ficar um pelo outro, eu moro aqui e não fiz despesas, mas eu to feliz porque mais um ano participei, e olha já ganhei muito dinheiro nesse evento”, mostrou-se satisfeita com sua participação.   

 

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