Correio Central
Voltar Notícia publicada em 21/04/2016

Empresário e jovem acusados de levar adolescentes de 13 anos a motel estão usando tornozeleira

As adolescentes teriam saído escondido de casa e ido para um motel da cidade, e apenas a mãe de uma delas denunciou na Delegacia Civil. A investigação começou no mesmo dia após o registro da ocorrência.

Empresário de 41 anos e jovem de 20 anos que são investigados por suposto estupro de vulnerável, que teria ocorrido na madrugada do dia 13 de abril num motel de Ouro Preto do Oeste, desde a última terça-feira (19) estão usando tornozeleiras e tiveram outras medidas restritivas impostas pelo juizado criminal até que o inquérito seja concluído.


Os delegados Júlio Cesar Souza Ferreira e Roberto dos Santos da Silva concederam entrevista coletiva confirmando a denúncia, e que o apuratório constatou que as adolescentes de fato estiveram no motel, porém não foi permitido ao autor desta matéria o acesso à ocorrência registrada, nem ao inquérito constando os depoimentos das partes envolvidas.


O fato foi registrado pela mãe de uma das adolescentes ao descobrir que ela havia dormido durante a aula na sala da escola estadual onde estuda, por ter passado mal, além de apresentar sintomas de embriaguez e portar um comprimido feito com hormônio concentrado, chamado de pílula do ‘dia seguinte’. Segundo a acusação, uma das adolescentes era virgem, e os delegados disseram na entrevista que exames constataram que ela consumiu bebida alcoólica, e teria sido desvirginada na noite do ocorrido.


Vale ressaltar, no entanto, que sobre a outra adolescente que teria induzido a colega de escola a pular a janela de casa na madrugada ir para o encontro que originou na ida ao motel nada foi dito, tampouco houve denúncia da parte de seus familiares. Também não foi revelado o conteúdo da parte da defesa dos acusados, e do que disseram em seus depoimentos à polícia.


As medidas restritivas impostas aos acusados impõem a eles o recolhimento a suas casas partir das 20 horas, a proibição de se aproximarem das adolescentes ou de seus familiares para não haver interferência na investigação, até que tudo seja apurado, e a Justiça se manifeste definitivamente.


NOTA DA REDAÇÃO:

No ato da entrevista concedida pelos delegados Júlio Cesar de Souza Ferreira e Roberto dos Santos da Silva, havia quatro representantes da imprensa local, incluindo a mim, Edmilson Rodrigues, editor responsável pelo site www.correiocentral.com.br.


Registro aqui que: em nenhum momento houve tentativa da parte de advogados, de familiares do empresário acusado, muito menos do prefeito da cidade, nem de quem quer que seja, de tentar coibir meu trabalho, e o motivo da não divulgação de nomes e dos fatos antes, se deu em razão do sigilo funcional das autoridades policiais e porque o inquérito corre em segredo de justiça. Pelo contrário, um dos advogados dos acusados me disse: “Ninguém vai nem pode impedir o seu trabalho, temos nossa linha de defesa e acreditamos que há várias contradições e exageros que certamente vamos provar para a Justiça no seu devido tempo”.


Diferentemente do que estão alardeando algumas pessoas, que este repórter estaria acobertando a notícia, por se tratarem os acusados de pessoas de famílias influentes em Ouro Preto do Oeste, aproveito esta NOTA para reforçar que, ao longo de mais de 25 anos de atuação como repórter nesta cidade sempre prezei pela credibilidade que gozo junto a população de meu município; não fui procurado por ninguém para tentar cercear o meu trabalho, e assumo posições indiferente se outros o fizeram ou não.

Quando uma denúncia dessa natureza se propaga sem o conhecimento pleno dos fatos, ela se descaracteriza e pode acobertar verdades tanto da parte vitimada quanto da parte acusada.


 

Autor: Edmilson Rodrigues dos Santos

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